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A sobrecarga mental das mulheres que realizam o trabalho de cuidado

Por Luísa Lugon

Se faz cada vez mais necessário discutir sobre o papel que as mulheres desempenham no cuidado com seus familiares e com o mundo ao seu redor. Um dos motivos é que essa obrigatoriedade implícita colabora para a falta de autonomia e escolha delas, o que reforça padrões antigos de submissão e retrocesso.

Além disso, o estado de saúde mental de quem cuida por muitas vezes não é considerado, pois ao ver social, o cuidado é algo genuíno para mulheres, uma vocação, que se faz sem dificuldades, não levando em conta que mesmo feito com todo amor, essa obrigatoriedade constante gera cansaço, não só físico como mental.

Atividades cotidianas como marcar consultas, fazer listas de compras, limpar a casa, fazer comida, entre outros, quando feitas sempre pela mesma pessoa geram uma grande carga mental e isso vai muito além de apenas executar uma tarefa. É utilizada muita energia mental para planejar, se preocupar, criar soluções e orientar os outros, serviço que fica por conta das mulheres e gera o cansaço mental.

Apesar de alguns homens ajudarem, estamos longe de uma igualdade da participação masculina nas tarefas relacionadas ao cuidado tanto do lar quanto de filhos ou familiares no geral, pois a maioria se limita a seguir ordens, sem iniciativa própria.

Com o objetivo de diminuir o esgotamento mental ocasionado por toda preocupação direcionada apenas para mulheres, é necessário criar a independência masculino nos trabalhos de cuidado, criar meninos que cresçam sabendo a importância de sua participação nos cuidados com a casa e com os outros, além de tornar a discussão acerca do cuidado um assunto social e comunitário para que todos possam entender a carga mental que isso acarreta.

Luísa Lugon Bonadiman é psicóloga graduada na faculdade Multivix e atua como psicóloga clínica na abordagem ACP. Atualmente, está realizando a formação em Psicologia Humanista: Abordagem Centrada na Pessoa no instituto Areté.

 

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